A redução expressiva no volume de distratos, no segundo trimestre, na comparação anual, possibilitou que a MRV
Engenharia ampliasse suas vendas líquidas apesar da queda das vendas brutas. De abril a junho, a empresa teve
venda bruta de R$ 1,35 bilhão e líquida de R$ 1,04 bilhão, com redução de 5,5% e alta de 3,7%, respectivamente.
Os distratos da incorporadora foram reduzidos em 27,1%, para R$ 311,25 milhões.
A diminuição dos distratos resulta do sistema de vendas simultâneas (SICAQ/SAC), em que os compradores
precisam ser aprovados pelos bancos na assinatura dos contratos, adotado, plenamente, pela MRV desde meados
de 2015. No segundo trimestre, a relação entre distratos e vendas da companhia ficou em 23%, menor patamar
desde o terceiro trimestre de 2014. A relação era de 29,8% no mesmo período do ano passado.
"Os distratos tendem a cair trimestre a trimestre. Em 2017, ficarão abaixo de 20% das vendas", conta o copresidente
da companhia, Rafael Menin. Os lançamentos da empresa subiram 3,2%, para R$ 1,12 bilhão.
Na comparação com o primeiro trimestre, as vendas brutas subiram 9,8%, enquanto as líquidas tiveram alta de
14,3%. "Tivemos uma recuperação, em um ponto ainda não bom da economia", diz o executivo. O volume de
vendas líquidas foi o maior desde o quarto trimestre de 2014. A MRV registrou velocidade de vendas medida pelo
indicador vendas sobre oferta (VSO) de 19%.
No primeiro semestre, as vendas líquidas aumentaram 1,1%, para R$ 1,957 bilhão, e os lançamentos cresceram
3,5%, para R$ 2,096 bilhões. "O segundo semestre pode ser melhor do que o primeiro em lançamentos e vendas",
afirma o co-presidente. "Estamos otimistas com o curto prazo", acrescenta o executivo.
O foco dos novos projetos apresentados pela MRV são cidades de maior porte que tenham pouca oferta e estoque
pequeno no seu segmento, segundo Menin.
A incorporadora divulgou também geração de caixa de R$ 325 milhões, de janeiro a junho, valor recorde para um
primeiro semestre, sendo R$ 145 milhões de abril a junho. "Geramos caixa recorde apesar de continuarmos
agressivos na compra de terrenos", diz o co-presidente. No fim de junho, o banco de terrenos da companhia era de
R$ 38,5 bilhões.
A MRV atua nas faixas 2 e 3 do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, segmentos cujos recursos são
originados, principalmente, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). "A Abrainc [Associação Brasileira
das Incorporadoras Imobiliárias]" tinha um diálogo muito bom com o governo anterior e está tendo com o atual. O
novo governo entendeu, rapidamente, que as faixas 2 e 3 são fundamentais para a recuperação da economia e do
país", diz. |