Em recuperação judicial, a PDG Realty busca aliar a condução operacional do dia a dia com as negociações com
credores financeiros para a elaborar novo plano para sua reestruturação. A companhia, que encerrou junho com
patrimônio líquido negativo em R$ 4,184 bilhão, deu início a estudos para futuros lançamentos, que permitirão
sua continuidade, conforme informou no relatório do balanço do segundo trimestre. A PDG mudou a estratégia de
vendas e continua a reduzir custos. A busca da comercialização de ativos mantem-se entre as prioridades.
No segundo trimestre, o prejuízo líquido da PDG caiu 28,1%, na comparação anual, para R$ 532 milhões. A receita
líquida cresceu 31,8%, para R$ 158 milhões, apesar das vendas líquidas negativas em R$ 50 milhões. A companhia
teve margem bruta de 36,3%, ante indicador negativo no mesmo período do ano passado. A melhora deveu-se a
menor impacto dos distratos, que tiveram queda de 58%, para R$ 113 milhões. As rescisões diminuíram com a
estratégia de preservação de caixa, que não possibilitou efetivar todos os cancelamentos de vendas. As vendas
brutas caíram 82%.
No modelo de vendas adotado após o pedido de recuperação judicial, a PDG passou a dar prioridade à
comercialização de unidades sem ônus, com potencial de gerar caixa imediato, e de imóveis cujos recursos possam
ser usados para pagamento de despesas das respectivas sociedades de propósito específico (SPEs). Das vendas
brutas do trimestre de R$ 63 milhões, R$ 22,4 milhões se referem à primeira situação e R$ 40,6 milhões, à
segunda. O objetivo desse sistema é preservar o caixa da companhia até a aprovação do plano.
Empresa, que tem patrimônio líquido negativo em R$ 4,184 bilhão, faz estudos para futuros
lançamentos
No trimestre, a PDG entregou dois projetos, com Valor Geral de Vendas (VGV) que soma R$ 222 milhões, e teve
repasses de R$ 65 milhões. A companhia entregou cinco projetos, neste ano, com VGV de R$ 390 milhões. Há 19
empreendimentos em curso.
As despesas gerais e administrativas caíram 46%, para R$ 29,8 milhões. O número total de empregados teve queda
de 65%, na comparação anual, para 413. Desde 2012, a PDG reduziu o número de funcionários em 96%, com
diminuição de 85% do pessoal administrativo.
De abril a junho, o prejuízo financeiro da PDG cresceu 85%, para R$ 344,8 milhões, ante o intervalo equivalente
de 2016. Essa piora se explica pelos juros que incidiram, no período, e por multa e mora resultantes do pedido de
recuperação judicial. A alavancagem estendida -dívida líquida somada aos custos a incorrer - somou R$ 6,1
bilhões, 5% acima da registrada no fim de março. Na comparação com 2012, houve queda de 54%.
A PDG aderiu ao Programa de Regularização Tributária (PRT) e obteve redução de R$ 196 milhões nos impostos a
pagar. A rubrica Imposto de Renda e Contribuição Social contribuiu em R$ 177,9 milhões positivos para o
resultado trimestral. A incorporadora considera levar novos débitos ao Programa Especial de Regularização
Tributária (PERT), assim como migrar passivos do PRT para esse modelo.
No dia 4 de agosto, a PDG e três dos seus principais credores - Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Itaú
Unibanco - pediram mais prazo para negociações sobre tratamento dos patrimônios de afetação, da destinação dos
recursos da venda dos imóveis financiados pelos bancos e da previsão de remuneração para o grupo pela gestão de
ativos. A PDG apresentou 38 planos de recuperação judicial no início de junho. O plano principal inclui a
controladora e 512 SPEs, e cada um dos 37 individuais se refere a um empreendimento com patrimônio afetado.
A Rossi Residencial, que passa por reestruturação financeira, registrou alta de 29,5% no seu prejuízo líquido, para
R$ 161,8 milhões. A receita líquida cresceu 43,4%, para R$ 68,3 milhões. A margem bruta ficou negativa em
27,5%. Desde 2014, a Rossi reduziu o número de funcionários administrativos em 70%, para 301. No trimestre, as
despesas administrativas e comerciais caíram 41% na comparação anual.
De abril a junho, a Rossi recebeu R$ 8,3 milhões de vendas de ativos, incluindo recursos de dois terrenos
comercializados no trimestre e operações realizadas nos períodos anteriores.
As vendas líquidas da Rossi cresceram 195,8%, para R$ 56,2 milhões, com aumento da velocidade de
comercialização medida pelo indicador VSO (venda sobre oferta) e queda das rescisões. Os distratos caíram 46,7%,
para R$ 104,8 milhões. A revenda de unidades distratadas chegou a 65% no acumulado do ano. Os repasses
somaram R$ 195,1 milhões no segundo trimestre.
A Rossi entregou dois empreendimentos, com VGV de R$ 60,3 milhões no trimestre. De abril a junho, o custo a
incorrer ficou em R$ 119,7 milhões, com queda de 80% na comparação anual. A incorporadora gerou caixa de R$
14 milhões no trimestre. A alavancagem medida por dívida líquida sobre patrimônio líquido era de 510% no fim de
junho. |